Um esconderijo para três escavadeiras foi encontrado e destruído na Terra Indígena Sararé durante a Operação Xapiri III, coordenada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na última sexta-feira (13). De acordo com o Ibama, as máquinas abrigadas no túnel eram usadas por garimpeiros para extração ilegal de ouro.
A Terra Indígena Sararé abrange os municípios de Conquista D’Oeste, Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade.
A operação de combate ao garimpo ilegal teve início no dia 18 de agosto e contou com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a Força Nacional, a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Grupo Especial de Fronteira (Gefron), a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira.
Segundo o Ibama, foram apreendidas 43 escavadeiras hidráulicas, além de mais de 50 motores estacionários e geradores de energia, dezenas de acampamentos, cinco caminhonetes, diversas motos e seis barcos que faziam a logística do garimpo. É estimado que a operação tenha resultado em um prejuízo superior a R$ 33 milhões aos criminosos.
Durante quase um mês de fiscalização na região, as equipes encaminhadas até o local realizaram inspeções aéreas, terrestres e fluviais em todas as áreas de garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé. A operação levou a uma queda nos alertas de mineração ilegal.
Entre 20 de julho e 17 de agosto de 2024, foram detectados 172 alertas de extração de minérios na região. No entanto, após o início da Operação Xapiri III, até o dia 12 deste mês, apenas nove novos alertas foram registrados, marcando uma redução de 95% na abertura de novas áreas para atividades garimpeiras ilegais.
Crescimento da exploração
Desde 2020, a região é cenário recorrente de operações realizadas pela Polícia Federal para desativação do garimpo. À ONG Greenpeace Brasil, líderes indígenas relatam a presença de facções criminosas que controlam e geram um clima de violência constante. Mais de 10 indígenas estão ameaçados de morte, segundo um levantamento da organização.
A instituição apontou ainda a falta de regulamentação do comércio de escavadeiras como um dos principais desafios na proteção das terras indígenas. Desde o ano passado, a organização tem solicitado ao Ministério do Meio Ambiente a inclusão de revendedores e compradores de escavadeiras no Cadastro Técnico Federal (CTF) para melhorar a rastreabilidade e possibilitar investigações mais eficazes.
Segundo lideranças indígenas da região, o território é uma área de grande importância ambiental e cultural, mas tem enfrentado sérios desafios relacionados ao garimpo clandestino.
Nos últimos anos, a região tem sido alvo de uma intensificação das atividades garimpeiras, que ameaçam não apenas a integridade do meio ambiente, mas também a saúde e os modos de vida das comunidades indígenas locais. As escavações indiscriminadas provocam desmatamento, poluição dos rios e degradação do solo, o que afeta diretamente o abastecimento de água e a biodiversidade local.
O garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé tem sido uma preocupação crescente para as autoridades e organizações ambientais. As atividades de mineração não autorizadas têm levado a confrontos com as comunidades indígenas e gerado uma série de ações de fiscalização por parte das autoridades.
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