Dois membros do Comando Vermelho (CV), Maikon Douglas Gonçalves Roda, vulgo ‘MD’, e Rosivaldo Silva Nascimento, conhecido como ‘Badá’, forneceram versões contraditórias sobre o envolvimento deles na tortura e assassinato das irmãs Rayane Alves Porto, de 25 anos, e Rithiele Alves Porto, de 28 anos. O crime brutal ocorreu no último sábado (14), em Porto Esperidião, a 320 km de Cuiabá.
Durante o interrogatório, ‘MD’ afirmou que a ordem inicial, dada via vídeo chamada por ‘Véio’, um dos líderes do CV detido na Penitenciária Central do Estado (PCE), era apenas para conversar com as vítimas, mas que "a situação saiu do controle". Segundo ele, após avistarem as irmãs no Festival de Pesca, Badá as chamou para conversar, e o grupo as levou para uma casa na região central, onde ocorreram torturas e execuções.
Por outro lado, Badá relatou que a ordem para matar as irmãs foi emitida antes mesmo da abordagem no festival. Ele afirmou que as lideranças do CV já haviam decidido, através de um grupo no WhatsApp, que as jovens deveriam ser executadas por supostamente fazerem um gesto com as mãos associado ao grupo rival, Primeiro Comando da Capital (PCC). Badá também revelou que as vítimas foram levadas para a casa, onde a tortura foi comandada por Véio, de dentro da prisão.
As versões dos suspeitos também divergiram sobre a participação direta nas torturas. Enquanto ‘MD’ afirmou que ficou do lado de fora da casa, Badá disse que ele ativamente cortou dois dedos de Rayane como represália por não conseguirem o valor do resgate exigido.
Além das irmãs, dois homens foram sequestrados. Um deles conseguiu escapar e acionar a Polícia Militar, enquanto o outro ficou gravemente ferido, com o dedo e a orelha cortados. Dez pessoas foram presas pelo crime, incluindo seis adultos e quatro adolescentes. Quatro dos adultos tiveram as prisões preventivas mantidas em audiência de custódia no domingo (15).
Os maiores de idade foram autuados por sequestro, cárcere privado, tortura, duplo homicídio, tentativa de homicídio, lesão corporal, associação criminosa e corrupção de menores. Já os adolescentes foram apreendidos por ato infracional análogo aos mesmos crimes.
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